16 jan Rússia volta a importar carne bovina brasileira
O Brasil pode voltar a exportar carne bovina para a Rússia. É o que informa o Ministério das Relações Exteriores. As restrições ao produto brasileiro haviam sido impostas pelos russos no dia 1º de março após ocorrência “atípica e isolada” no Estado do Pará de EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida popularmente como o “mal da vaca louca”. O anúncio foi feito na sexta-feira (7).
“O anúncio, que se soma à recente reabertura do mercado das Filipinas, lograda em 28 de março, e à reabertura de outros mercados (nota no. 109/2023), representa a plena normalização do comércio do produto com a Rússia”, diz o comunicado no site da Pasta.
De acordo com o anúncio, a forma “atípica” é ocorrência natural e espontânea no rebanho bovino, diferentemente da maneira clássica da doença, que nunca foi detectada no Brasil. Esse tipo de enfermidade, segundo a nota, “não representa risco à saúde pública” nem é justificativa para restrições à importação do produto, conforme diretrizes da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal).
Mesmo sem riscos, o governo russo havia suspendido as importações de carne bovina brasileira proveniente de animais do Pará com mais de 2 anos e meio, decisão que havia entrado em vigor em 1º de março e que afetou inclusive animais vivos, carnes in natura, processada e seus subprodutos. Em 2022 o país comandado por Vladimir Putin foi um dos maiores importadores de carne bovina brasileira, com 24 mil toneladas do produto. Desse valor, 511 toneladas foram enviadas pelos paraenses. Os russos mandaram aos cofres brasileiros nesse período cerca de US$ 165 milhões.
Para se ter ideia do volume exportado, somente em janeiro último a Rússia foi a responsável por levar 3,7 mil toneladas das 160,2 mil toneladas de carne bovina enviadas ao Exterior pelo País no primeiro mês do ano.
O comunicado no site do ministério ainda informa que, “por meio de sua rede de embaixadas, em conjunto com as adidâncias agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária em países estratégicos, segue atuando desde a ocorrência do caso de encefalopatia espongiforme bovina para evitar fechamentos indevidos de mercados”.
VACA LOUCA
A EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), comumente chamada de “doença da vaca louca”, é, de acordo com cartilha publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (file:///C:/Users/TRABALHO/Downloads/cartilha-tecnica-eeb-2008.pdf), uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de animais dessa raça, com média de cinco anos de incubação. Clinicamente é caracterizada por nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção. Ainda de acordo com a cartilha da Pasta, se consumida pelos seres humanos a EEB provoca a EET (Encefalopatia Espongiforme Transmissível), que é uma doença neurodegenerativa que acomete a estrutura do sistema nervoso central.
O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) informa que “desde 1990 vem adotando medidas sanitárias para prevenir a ocorrência dessa enfermidade em nosso território”, período no qual foi constatado surto da enfermidade em humanos na Grã-Bretanha, ocorrência que fez com que fosse suspenso o consumo do produto por vários meses.
Fonte: http://revistadoagronegocio.com.br/